sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Interior da Terra pode ocultar oceano

Estudos medindo a eletrocondutividade no interior do planeta indicam
que talvez haja imensos oceanos sob a superfície da Terra. A água é um
condutor extremamente eficiente de eletricidade.

Por isso, cientistas da Oregon State University, nos Estados Unidos,
acreditam que altos níveis de condutividade elétrica em partes do
manto terrestre - região espessa situada entre a crosta terrestre e o
núcleo - poderiam ser um indício da presença de água.

Os pesquisadores criaram o primeiro mapa global tridimensional de
condutividade elétrica do manto. Os resultados do estudo foram
publicados nesta semana na revista científica Nature

As áreas de alta condutividade coincidem com zonas de subducção,
regiões onde as placas tectônicas - blocos rígidos que compõem a
superfície da Terra - entram em contato e uma, geralmente a mais
densa, afunda sob a outra, em direção ao manto.

Geólogos acreditam que as zonas de subducção sejam mais frias do que
outras áreas do manto e, portanto, deveriam apresentar menor
condutividade.

"Nosso estudo claramente mostra uma associação próxima entre zonas de
subducção e alta condutividade. A explicação mais simples seria (a
presença de) água", disse o geólogo Adam Schultz, coautor do estudo.

Mistério geológico - Apesar dos avanços tecnológicos, especialistas
não sabem ao certo quanta água existe sob o fundo do mar e quanto
dessa água chega ao manto.

"Na verdade, não sabemos realmente quanta água existe na Terra", disse
um outro especialista envolvido no estudo, o oceanógrafo Gary Egbert.
"Existem alguns indícios de que haveria muitas vezes mais água sob o
fundo do mar do que em todos os oceanos do mundo combinados."

Segundo o pesquisador, o novo estudo pode ajudar a esclarecer essas questões.

A presença de água no interior da Terra teria muitas possíveis implicações.

A água interage com minerais de formas diferentes em profundidades
diferentes. Pequenas quantidades de água podem mudar as propriedades
físicas das rochas, alterar a viscosidade de materiais presentes no
manto, auxiliar na formação de colunas de rocha quente e, finalmente,
afetar o que acontece na superfície do planeta.

E se a condutividade revelada pelo estudo for mesmo resultado da
presença de água, o próximo passo seria explicar como ela chegou lá.

"Se a água não estiver sendo empurrada para baixo pelas placas, seria
ela primordial? (Estaria) lá embaixo há bilhões de anos?", pergunta
Schultz.

"E se foi levada para baixo à medida que as placas lentamente afundam,
seria isso um indício de que o planeta já foi muito mais cheio de água
em tempos longínquos? Essas são questões fascinantes para as quais
ainda não temos respostas".

Os cientistas esperam, no futuro, poder dizer quanta água estaria
presente no manto, presa entre as rochas.

Este estudo teve o apoio da Nasa, a agência espacial americana.
(Fonte: Estadão Online)

Fonte: Ambientebrasil

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