quarta-feira, 19 de maio de 2010

Embargo a componentes eletrônicos atrasa o lançamento do satélite Cbers-3



Embargo a componentes eletrônicos atrasa o lançamento do satélite Cbers-3

19/05/2010
      O embargo à venda de componentes eletrônicos de aplicação espacial, imposto à China pelos Estados Unidos, atrasou o desenvolvimento do satélite Cbers-3, uma produção binacional entre Brasil e China.

      O lançamento do satélite, previsto para o segundo semestre de 2011, e o fim das operações do Cbers-2B, que terminou recentemente sua vida útil no espaço, deixou o Brasil sem um substituto imediato para seu principal instrumento de produção de imagens do território nacional.

      O vazio de imagens deixado pelo Cbers-2B está sendo compensado com o uso dos satélites americanos Terra/Modis e Landsat-5, e do indiano Resourcesat.

      A restrição à venda desses componentes ocorre porque o governo dos Estados Unidos acredita que a China não segue as normas do International Traffic in Armas Regulations (Itar), afirma o coordenador do projeto no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Ricardo Cartaxo. Segundo o coordenador, os EUA temem que a China faça uma aplicação militar do programa Cbers e, por isso, restringem a venda de componentes espaciais para institutos e indústrias brasileiras envolvidas no projeto.

      Para o coordenador do programa no Inpe, uma das alternativas que vem sendo estudadas é a compra de componentes de uso comercial, menos sujeita a controle e embargos. "A situação de embargo hoje é mais crítica e os testes de resistência à radiação são importantes para que possamos utilizar um maior número de componentes comerciais, comprados no mercado de fornecedores confiáveis e depois qualificados em nossos próprios laboratórios".

      Segundo o diretor do Cbers, como o programa espacial brasileiro não produz nada em grande escala, o ideal seria ter uma linha de produção pequena para componentes mais simples, como resistores e capacitores, pois a montagem de uma infraestrutura para todos os componentes de um satélite seria inviável pelo alto custo e nível de complexidade.

Fonte: Valor Econômico

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