quinta-feira, 5 de agosto de 2010

ONU proclama Década sobre Desertos e de Combate à Desertificação

As Nações Unidas lançarão, oficialmente, durante a abertura da II 
Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e 
Desenvolvimento em Regiões Áridas e Semiáridas (Icid 2010), a Década 
da ONU sobre Desertos e de Combate à Desertificação

Como parte dos esforços para conter o acelerado processo de 
desertificação enfrentado por mais de 100 países e para mitigar os 
impactos do aquecimento global em regiões áridas e semiáridas do 
planeta, as Nações Unidas lançarão, oficialmente, durante a abertura 
da II Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e 
Desenvolvimento em Regiões Áridas e Semiáridas (Icid 2010), a Década 
da ONU sobre Desertos e de Combate à Desertificação. O evento acontece 
de 16 a 20 de agosto, em Fortaleza (CE).

O lançamento global da Década será conduzido pelo Secretário Executivo 
da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD), 
Luc Gnacadja, na presença dos Ministros do Meio Ambiente do Brasil, da 
Suíça, do Niger, de Burkina Faso, do Senegal e de Cabo Verde, além do 
governador do Ceará, Cid Gomes, do coordenador da Icid 2010, Antônio 
Rocha Magalhães, e diversas autoridades envolvidas na agenda de 
combate à desertificação.

Será uma década de discussões, debates e buscas de soluções para os 
problemas enfrentados por muitos países no mundo, prevê Gnacadja.

A Década das Nações Unidas sobre Desertos e de Combate à 
Desertificação pretende ser um marco de conscientização sobre as 
dimensões alarmantes da desertificação em todo planeta, e de 
cooperação entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento, e entre 
os setores público, privado e sociedade civil, na elaboração de 
políticas de prevenção e de adaptação às mudanças climáticas nas áreas 
consideradas de risco.

A UNCCD considera áreas com risco de desertificação as zonas áridas, 
semi-áridas, subúmidas, e todas as áreas, com exceção das polares e 
das subpolares, com Índice de Aridez entre 0,05 e 0,65. Trinta e três 
por cento da superfície do planeta se encontram nessa faixa, atingindo 
cerca de 2,6 bilhões de pessoas.

Na região Subsaariana, na África, de 20% a 50% das terras estão 
degradadas, atingindo mais de 200 milhões de pessoas. A degradação do 
solo é também severa na Ásia e América Latina, onde mais de 357 
milhões de hectares são afetados pela desertificação, segundo dados da 
UNCCD. Como resultado desse processo perde-se a cada ano, nos 11 
países da América Latina, 2,7 bilhões de toneladas da camada arável do 
solo, o que equivale a um prejuízo de US$ 27 bilhões por ano.

Custo elevado

Segundo estudo sobre os custos da desertificação na América Latina, 
conduzido pelo representante da UNCCD na América Latina, Heitor 
Matallo, mesmo considerando que a metodologia existente para a 
avaliação econômica deve ser aperfeiçoada, a fim de oferecer dados 
mais precisos, as estimativas das perdas em solos e recursos hídricos 
representam uma enorme perda econômica que afeta milhões de pessoas e 
contribui para a pobreza e a vulnerabilidade social.

No Brasil, onde mais de um milhão de quilômetros quadrados é afetado 
pela desertificação nos estados do Nordeste, Minas Gerais e Espírito 
Santo, o custo das perdas de solo e de recursos hídricos chegam a US$ 
5 bilhões por ano, o equivalente a 0,8% do Produto Interno Bruto 
(PIB), e afetam negativamente a vida de mais de 15 milhões de pessoas.

Caso a previsão mais pessimista se confirme, de que a temperatura do 
planeta suba mais de 2 graus celsius, até 2100 o país poderá perder 
até um terço de sua economia.

(Cadija Tissiani, da Assessoria de Imprensa do Ministério do Meio Ambiente)

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