Aziz volta a defender criação do Código da Biodiversidade, em vez de
um limitado Código Florestal
Para ele, é necessário considerar o zoneamento físico e ecológico de
todo o País, como a complexa região semi-árida dos sertões
nordestinos, o cerrado brasileiro, os planaltos de araucárias, as
pradarias mistas do Rio Grande do Sul, conhecidas como os pampas
gaúchos, e o Pantanal mato-grossense.
Diante da diversidade do território brasileiro, o geógrafo Aziz
Ab''Saber, de 87 anos, voltou a defender a criação de um Código da
Biodiversidade, em vez de um limitado Código Florestal.
"O Código Florestal está errado no nome. Em vez de Código Florestal,
precisamos é de um Código da Biodiversidade. Pois o Brasil tem
caatinga, tem cerrado, tem mata atlântica e outros", disse o geógrafo
ao participar do lançamento oficial do abaixo-assinado, realizado
ontem (3) no Teatro Oficina (SP), contra as obras do Rodoanel na Serra
da Cantareira, situada ao norte da cidade de São Paulo, com 64,8 mil
hectares de área.
Segundo Aziz, um dos principais erros das autoridades que lideram a
revisão do Código Florestal, considerado favorável "a classes sociais
privilegiadas", é a chamada "estadualização dos fatos ecológicos de
seu território específico".
Conforme Aziz, no atual texto do Código Florestal as áreas de
preservação da Amazônia (4,2 milhões de km²) foram reduzidas a 20%. Ou
seja, o desmatamento legal da Amazônia pode chegar até 80% das
propriedades rurais silvestres.
"Veja o absurdo disso, um americano, ou outra pessoa qualquer, que
comprar um milhão de hectares da Amazônia pode cortar até 800 mil
hectares. É preciso explicar isso para os jovens que estão começando,
a estudantes dos ensinos secundário e fundamental, o que isso
significa para o País. Como uma pessoa que tem 500 mil hectares de
área da Amazônia pode cortar 80% disso?", indaga Aziz, membro do
conselho efetivo da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC) e presidente de honra da entidade.
Aziz chama a atenção, também, para o fato de o deputado Aldo Rebelo
(PCdoB-SP), relator do Código Florestal, ter colocado em suas
propostas a permissão para aqueles que tiverem até 400 hectares de
área "cortar tudo". "Imagine cortar 200 hectares aqui, 100 ali, 300
acolá. O que vai ser no futuro em relação a esse tema. Eu fico
desesperado com isso. A idiotice dos políticos... (é grande)",
mencionou, ao criticar mais uma vez o fato de parlamentares não terem
consultado a área científica sobre o assunto.
Segundo as conclusões do professor, a biodiversidade animal certamente
seria a primeira a ser "afetada" radicalmente com a prática de tal
iniciativa.
O professor também criticou a execução das obras do Rodoanel de São
Paulo, em andamento. "A construção dessa obra será uma catástrofe para
a Serra da Cantareira, será a obra mais canibalesca que pode ocorrer
com essa serra", alertou.
Segundo Aziz, a execução dessas obras devem prejudicar a estrutura
rochosa da região, provocando futuros deslizamentos de terras tal como
ocorreu recentemente nas regiões serranas do Rio de Janeiro.
Ao concordar com Aziz, o biólogo Mauro Vitor, ex-diretor do Instituto
Florestal de São Paulo, disse que a obra do Rodoanel é uma agressão à
biosfera. "Essa obra não é saudável nem ao homem, nem à natureza",
alertou.
(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)
um limitado Código Florestal
Para ele, é necessário considerar o zoneamento físico e ecológico de
todo o País, como a complexa região semi-árida dos sertões
nordestinos, o cerrado brasileiro, os planaltos de araucárias, as
pradarias mistas do Rio Grande do Sul, conhecidas como os pampas
gaúchos, e o Pantanal mato-grossense.
Diante da diversidade do território brasileiro, o geógrafo Aziz
Ab''Saber, de 87 anos, voltou a defender a criação de um Código da
Biodiversidade, em vez de um limitado Código Florestal.
"O Código Florestal está errado no nome. Em vez de Código Florestal,
precisamos é de um Código da Biodiversidade. Pois o Brasil tem
caatinga, tem cerrado, tem mata atlântica e outros", disse o geógrafo
ao participar do lançamento oficial do abaixo-assinado, realizado
ontem (3) no Teatro Oficina (SP), contra as obras do Rodoanel na Serra
da Cantareira, situada ao norte da cidade de São Paulo, com 64,8 mil
hectares de área.
Segundo Aziz, um dos principais erros das autoridades que lideram a
revisão do Código Florestal, considerado favorável "a classes sociais
privilegiadas", é a chamada "estadualização dos fatos ecológicos de
seu território específico".
Conforme Aziz, no atual texto do Código Florestal as áreas de
preservação da Amazônia (4,2 milhões de km²) foram reduzidas a 20%. Ou
seja, o desmatamento legal da Amazônia pode chegar até 80% das
propriedades rurais silvestres.
"Veja o absurdo disso, um americano, ou outra pessoa qualquer, que
comprar um milhão de hectares da Amazônia pode cortar até 800 mil
hectares. É preciso explicar isso para os jovens que estão começando,
a estudantes dos ensinos secundário e fundamental, o que isso
significa para o País. Como uma pessoa que tem 500 mil hectares de
área da Amazônia pode cortar 80% disso?", indaga Aziz, membro do
conselho efetivo da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência
(SBPC) e presidente de honra da entidade.
Aziz chama a atenção, também, para o fato de o deputado Aldo Rebelo
(PCdoB-SP), relator do Código Florestal, ter colocado em suas
propostas a permissão para aqueles que tiverem até 400 hectares de
área "cortar tudo". "Imagine cortar 200 hectares aqui, 100 ali, 300
acolá. O que vai ser no futuro em relação a esse tema. Eu fico
desesperado com isso. A idiotice dos políticos... (é grande)",
mencionou, ao criticar mais uma vez o fato de parlamentares não terem
consultado a área científica sobre o assunto.
Segundo as conclusões do professor, a biodiversidade animal certamente
seria a primeira a ser "afetada" radicalmente com a prática de tal
iniciativa.
O professor também criticou a execução das obras do Rodoanel de São
Paulo, em andamento. "A construção dessa obra será uma catástrofe para
a Serra da Cantareira, será a obra mais canibalesca que pode ocorrer
com essa serra", alertou.
Segundo Aziz, a execução dessas obras devem prejudicar a estrutura
rochosa da região, provocando futuros deslizamentos de terras tal como
ocorreu recentemente nas regiões serranas do Rio de Janeiro.
Ao concordar com Aziz, o biólogo Mauro Vitor, ex-diretor do Instituto
Florestal de São Paulo, disse que a obra do Rodoanel é uma agressão à
biosfera. "Essa obra não é saudável nem ao homem, nem à natureza",
alertou.
(Viviane Monteiro - Jornal da Ciência)
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