A Geografia

Como conceituar esta bela e vasta ciência chamada Geografia? Bem vamos lá.


Comecemos com a definição de Geografia contida no famoso dicionário Aurélio:

s.f. Ciência que tem por objeto a descrição da superfície da Terra, o estudo de seus aspectos físicos atuais e das relações entre o meio natural e os grupos humanos. / Obra que trata dessa ciência. // Geografia econômica, parte da geografia que estuda os recursos do solo e do subsolo, sua exploração, distribuição e consumo. // Geografia física, a que descreve e estuda o aspecto atual da superfície do globo terrestre. // Geografia humana, a que tem por objeto o estudo das relações entre as atividades do homem e o meio onde ele vive. // Geografia lingüística, ciência que tem por objeto determinar as áreas de extensão dos fenômenos lingüísticos.


Uma resposta mais direta que dão a todo momento por aí sobre o que é a Geografia seria: é a ciência que estuda a superfície da Terra. 

Um tanto difícil não? Bom, então que tal delinearmos um pouco mais? 

No vasto campo de estudos da Geografia que envolve a distribuição espacial da população e suas atividades e a transformação cultural das paisagens criando diversas realidades espaciais, pode-se dizer que o campo de reflexão (estudo) da Geografia são a sociedade e o espaço. Contanto há um grande destaque ao conceito de espaço.

O geógrafo Milton Santos define espaço como acumulação desigual de tempos. Dentro dessa perspectiva o processo de humanização da paisagem (ou espaço) natural e de transformação desta em recurso produtivo tem como resultado uma produção de formas espaciais diferenciadas, ou como pode-se dizer, a transformação do espaço natural em espaço geográfico. E este está em permanente mutação. As rápidas mudanças ocorridas no espaço após a I revolução Industrial, as formações de grandes aglomerações urbanas, a rápida evolução da tecnologia e na maneira do homem de se comunicar e de se locomover transformam a cada momento histórico o espaço. Completemos com Kant "A história é um processo sem fim, mas os objetos mudam e dão uma geografia diferente a cada momento da história". 

Agora falta falar um pouco sobre as chamadas "correntes da Geografia". 

Os mais importantes pensadores da geografia criaram diferentes teorias acerca do espaço geográfico. Nas obras do geógrafo alemão Friedrich Ratzel, do sec. XIX, desenvolveram o estudo da influência do meio ou das condições naturais sobre a humanidade. Havia assim uma diferenciação, traçada por Ratzel entre os povos naturais- que viviam submetidos à natureza- e povos civilizados- mais independentes. Idéias muito sustentadas por diversos naturalistas, tais como Buffon e Montesquieu.


Outra teoria da geografia baseia-se nos escritos do geógrafo francês Paul Vidal de La Blache, publicados entre o final do séc. XIX e início do séc. XX. La Blache propôs que, dentro de uma relação histórica e cumulativa com a natureza, os diferentes grupos humanos criariam gêneros de vida particulares. Deste modo o progresso estaria atrelado à capacidade produtiva e ao progressivo enfrentamento das limitação impostas pela natureza. Pode-se afirmar então que as cidades funcionariam como verdadeiras e grandes "oficinas de civilização".

Desde os século XIX a Geografia tem sofrido grandes alterações, desde conceito até o surgimento de novas- e não menos importantes- correntes teóricas. Dentro da especialização acadêmica pode-se citar suas novas áreas conceituais: a Geografia Econômica, a Geografia Cultural e a Geografia Política entre diversas outras existentes.

Espera-se que este pequeno texto seja valioso pra quem quer  ingressar  em um curso de Geografia assim como também a complementar olhares "curiosos".
Abraços Geográficos

                                                               Douglas Otávio de Moraes
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